As culturas no contexto internacional globalizado

Marcos Varejão

10/3/20252 min read

photo of outer space
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📚 Vivemos hoje em um mundo profundamente interconectado, onde as culturas se cruzam, se influenciam e, em muitos casos, se transformam mutuamente. É inevitável perceber como a globalização nos aproxima de práticas culturais antes distantes. Quando penso, por exemplo, em um indiano que vai estudar na Inglaterra, percebo claramente como ele será influenciado pela cultura inglesa — seja no modo de vestir, na forma de se comunicar ou até mesmo em seus hábitos alimentares. Ao mesmo tempo, comunidades indianas que vivem na Inglaterra acabam por deixar sua marca na cultura local, seja por meio da culinária, da música, das tradições religiosas ou mesmo da linguagem cotidiana. Isso é um reflexo direto do que chamamos de interculturalidade, um fenômeno cada vez mais comum nas sociedades contemporâneas.

A alimentação é um dos campos mais visíveis dessa fusão cultural. Basta observar que, mesmo nunca tendo ido ao Japão, eu conheço e gosto de comida japonesa — e isso é possível porque há um restaurante japonês na esquina da minha rua. O mesmo ocorre com a culinária mexicana, italiana, chinesa e tantas outras. Esses elementos culturais, originalmente pertencentes a um grupo específico, são apropriados, adaptados e incorporados por outros grupos, formando um mosaico multicultural nas grandes cidades do mundo.

No contexto das negociações internacionais, compreender as diferentes culturas se torna essencial para o sucesso das interações. Um conceito fundamental nesse aspecto é o das culturas de alto contexto e culturas de baixo contexto, conforme proposto por Edward T. Hall (1976).

✅As culturas de alto contexto são aquelas em que grande parte da comunicação ocorre de forma implícita, onde o que não é dito é tão importante quanto o que é verbalizado. Nesses ambientes, o contexto social, as relações pessoais e os gestos têm papel central na transmissão da mensagem. Exemplos claros desse tipo de cultura são o Japão e a China, onde as relações interpessoais são altamente valorizadas e a comunicação tende a ser indireta e sutil. Eu compreendo, por exemplo, que em uma negociação com japoneses, devo estar atento não apenas às palavras, mas também às expressões faciais, ao silêncio e ao contexto em que a conversa ocorre.

✅Por outro lado, as culturas de baixo contexto valorizam a comunicação direta, clara e objetiva. As mensagens são transmitidas principalmente por meio de palavras, e espera-se que tudo o que é relevante esteja explícito na fala ou na escrita. Os Estados Unidos e a Alemanha são exemplos de culturas de baixo contexto. Ao negociar com empresários norte-americanos, por exemplo, eu percebo que as palavras ditas devem ser levadas ao pé da letra, e que o contrato escrito possui enorme importância.

💡 Compreender essas diferenças me permite ajustar minha abordagem em negociações internacionais, evitando mal-entendidos e fortalecendo relacionamentos profissionais com pessoas de diversas partes do mundo.